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Destaque - CAMINHOS DE RENOVAÇÃO o Desafio da Sustentabilidade Comunitária


CAMINHOS DE RENOVAÇÃO  o Desafio da Sustentabilidade Comunitária

Caminhos de renovação: o desafio da sustentabilidade comunitária.

Não ver, não ouvir e não falar é uma imagem associada à resignação, imobilismo e inércia.
Na encruzilhada civilizacional em que nos encontramos, o cidadão comum tem a responsabilidade e o direito à intervenção social. 

Existe uma lenda que diz que as mulheres nascidas durante o mês de Setembro tinham por responsabilidade escolher e guardar as melhores sementes para se fazer a próxima sementeira. Verdade, ou não, certo é que neste mês os agricultores e horticultores dão por findo um ciclo e iniciam a seleção de plantas e preparação das terras para a colheita seguinte.

Setembro é por excelência um mês de renovação, um ciclo que se fecha e outro que começa e se prolonga até ao Verão seguinte.

Se assim é nos campos agrícolas, nas cidades o mês de Setembro representa também o início de novos ciclos, quer seja no trabalho, na escola ou na nossa vida quotidiana, regresso ao que muitos chamamos de “rotina”.    

Talvez por vivermos num período civilizacional de extrema abundância e célere à escala global, perdemos o rumo dos aspetos essenciais da nossa existência.

A Terra mais não é que uma ilha no universo, vivendo num equilíbrio desconcertante, capaz de sustentar o milagre da vida e suportar as nossas “rotinas”. Mas até quando?

Por todo planeta, atualmente, são bem visíveis grandes fragilidades ambientais, sociais e económicas; é possível identificar e perceber como estas fragilidades surgem e quais as consequências em diversos países em simultâneo. Perante a impossibilidade de um qualquer milagre que ponha cobro a essa situação, teremos de ser nós, cidadãos, a inverter a situação.

A governação do planeta tornou-se demasiado complexa e a sociedade civil terá de desempenhar um papel mais interventivo.

Transição é renovação

Em 1987, sobe a égide da ONU, foi editado o “Relatório Brundtland” intitulado “O nosso futuro comum” e nesse documento surgiu pela primeira vez a definição de Desenvolvimento Sustentável.

“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”

O relatório foi publicado há 25 anos; este ano o Painel de Alto Nível do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a sustentabilidade global - www.un.org/gsp - apresentou um relatório intitulado “Povos Resilientes, planeta resiliente – um futuro digno de escolha” – onde aponta diversas orientações, à escala global, para minorar ou solucionar alguns dos problemas que fazem hoje parte do nosso quotidiano.

Resiliência social como base para uma nova estrutura social

Após um período em que o individualismo, o racionalismo e o valor financeiro de bens materiais orientou as nossas vidas e relações, gerando sociedades economicamente prósperas mas extremamente competitivas; avizinha-se um período onde a competição terá forçosamente de dar lugar a um maior esforço de cooperação. Um tempo que permitirá a renovação de valores humanistas aceites à escala global e sobrepô-los aos económicos e políticos.

Mesmo que esta transição acarrete menor prosperidade financeira, implica um maior bem-estar social, económico e ambiental.

Resiliência em psicologia pode ser definida como a capacidade de um individuo de lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão em situações adversas. 

A resiliência social permite dotar o ser humano da capacidade para superar problemas e adversidades sociais, económicas e ambientais em comunidade.

Essa é, também, a via do Desenvolvimento Sustentável, onde a sociedade, o ambiente e a economia compõem o triângulo da sustentabilidade humana e do planeta. A transição para este modelo implica acreditar que é possível viver melhor com menos e estarmos conscientes do papel importantíssimo da sociedade civil para equilibrar a balança entre o poder económico e o poder político.

Escolher as sementes e tratar da terra

Este ano em Setembro, nos campos, os agricultores irão escolher as suas melhores sementes e iniciar a preparação das terras para a próxima colheita. Nas comunidades urbanas voltaremos aos trabalhos, escolas, universidades ou outras atividades que nos irão preencher o dia-a-dia. Mas podemos também renovar os votos para o futuro e aproveitar a “crise económica” para refletir sobre as crenças e valores que queremos que estejam presentes em nós e na nossa comunidade. Podemos iniciar a aprendizagem de novos hábitos de consumo e uso de recursos, que não passam por baixar os nossos padrões de vidas mas antes por desenvolver hábitos mais saudáveis e adequados aos tempos que se avizinham.

Uma crise não é o fim de um tempo, é antes o início de outro que não tem de ser melhor ou pior que o anterior. Tenderá, sem dúvida, a ser diferente pois o contexto e os seus desafios são outros. Teremos de ser resilientes, determinados e perseverantes, para enquanto comunidade, emergirmos mais fortes e dignos de tudo aquilo que o Planeta Terra tem para nos oferecer.

Afinal, e parafraseando, Mahatha Gandhi, “temos de ser a mudança que queremos ver acontecer.”

Esse é o poder da sociedade civil quando se une à volta de um ideal comum e neste caso o ideal resume-se a saber que daqui a 50 anos as nossas crianças continuarão a sorrir porque o nosso legado foi um legado de bem-estar físico, emocional e espiritual e à sua volta o planeta continua guardião do milagre da vida.

Não abdique do direito e responsabilidade de se informar, opinar e agir. Mesmo pequenos gestos podem fazer uma grande diferença.

Para esta história da civilização ter um final feliz basta que cada um de nós, nas suas rotinas diárias, seja o herói e não um mero espetador.

Desperte a semente que existe dentro de si!...

Cris Ferreira
Coordenadora do núcleo “cidadania sustentável – educação para a sustentabilidade”


 

 

 

 

 

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